Operação Prato

Operação Prato







Apesar de encerrada há 32 anos, a mais robusta missão militar de investigação ufológica da história ainda suscita debates e levanta polêmicas. A Operação Prato, conduzida secretamente pela Força Aérea Brasileira (FAB) no litoral fluvial do Pará, entre os meses de setembro e dezembro de 1977, foi a mais colossal atividade já realizada por militares para se investigar o Fenômeno UFO, que na época se manifestava geralmente na forma de bolas de luz, apelidadas pelos ribeirinhos de “chupa-chupa”. Eram objetos não identificados que emitiam raios de luz contra as vítimas, semelhantes a emissões de laser, através dos quais extraíam sangue.Foram centenas de casos, em especial na ilha de Colares, à 80 km de Belém, epicentro das manifestações, que resultaram em pelo menos quatro óbitos conhecidos.

A operação já foi amplamente exposta em diversas edições pela Revista UFO, que tem perseguido o assunto obstinadamente desde os anos 80, quando tinha o formato da série Ufologia Nacional & Internacional. Já naquela época recebemos de fontes anônimas dezenas de páginas de documentos sobre aquela missão militar, que, evidentemente, apesar de ainda vivermos no fim da Ditadura Militar, foram parar nas nossas páginas e ficaram conhecidas em todo o país. Mais de 10 anos depois, em 1997, período em que continuamos nossa busca determinada por mais evidências sobre a Operação Prato, a UFO obteve uma entrevista bombástica e exclusiva com o homem que a comandou, o coronel Uyrangê Hollanda. O militar procurou este editor e confirmou o que em parte já se sabia: que a Aeronáutica chegou a obter mais de 500 fotografias de discos voadores e sondas ufológicas, cerca de 16 horas de filmes em formato super 8 mm e 16 mm e centenas de depoimentos de testemunhas e vítimas, formando um calhamaço de cerca de 2.000 páginas.

Fato sem precedente na história

O volume de informações que a Operação Prato produziu é assombroso e foi confirmado, no ano passado, pelo brigadeiro José Carlos Pereira, ex-comandante do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) e homem de destaque no meio militar brasileiro, que ainda atestou a idoneidade de Hollanda [Veja edições UFO 141 e 142]. Simplesmente, não há conhecimento, em lugar algum do mundo, de uma ação militar que tenha obtido tamanha documentação e tão impressionantes resultados – e tudo oficialmente, conduzido por militares em missão oficial e pagos para executá-la. Isso é algo sério e sem precedente algum na história da Ufologia. Sem contar o ponto crucial daquela missão, que tinha entre seus objetivos finais a tentativa de manter um contato direto com as inteligências responsáveis pelo fenômeno.

Sim, o leitor entendeu corretamente: a Operação Prato, uma missão oficial de pesquisa ufológica, tinha como seu maior propósito determinar a natureza das inteligências por trás do chupa-chupa, e tentar manter contato com ela. Estas são informações confirmadas por Hollanda, o homem que começou sua função de comandante da operação como um cético, e acabou quatro meses depois como mais um contatado por ETs – com a significativa diferença de que ele era um militar em posição chave em um dos maiores destacamentos da Aeronáutica no país, o I Comando Aéreo Regional (COMAR I), e não uma testemunha qualquer.

Tal contato ocorreu no início da segunda quinzena de dezembro de 1977, quando a Operação Prato já tinha todos os registros documentais citados acima. O próprio Hollanda estava com um de seus comandados numa pequena embarcação de alumínio no Rio Guajará-Mirim, que banha um dos lados da ilha de Colares, quando ambos avistaram um UFO cilíndrico de cerca de 100 m de comprimento. Emitindo um chiado, o objeto praticamente pousou em posição vertical sobre a margem oposta do rio. Uma pequena porta abriu em sua parte superior e através dela uma criatura saiu do aparelho. Vestida com macacão inteiriço e capacete como o de um motoqueiro, ambos brancos, o ser desceu flutuando e se colocou praticamente na frente dos homens, atônitos. “Parecia que aquela criatura queria que o víssemos e soubéssemos que ele sabia de nossas atividades no local”, disse Hollanda à Revista UFO.

Situação impensável, mas real

Minutos depois, sem que uma única palavra fosse trocada entre as partes, encerrou-se o primeiro contato imediato entre militares e seres extraterrestres de que se tem conhecimento na história. O fato é impensável, mas real. E como parte de suas atribuições rotineiras, Hollanda foi à capital, Belém, desta vez com urgência e euforia, dar seu relato semanal dos acontecimentos ao seu superior, no I COMAR, o major-brigadeiro-do-ar Protásio Lopes de Oliveira, comandante daquela unidade e figura de referência na Amazônia, tendo seu nome amplamente usado para batizar ruas de cidades diversas. Oliveira foi quem determinou a criação da operação, que colocou Hollanda no comando e que fazia a ponte entre os militares que estavam na selva, seu Estado-Maior e o alto Comando da Aeronáutica, em Brasília.

Hollanda declarou que fez o relato dos fatos ao seu superior de maneira entusiasmada, imaginado que iria impressionar o major. E realmente o impressionou, porém muito mais do que imaginara – e de uma forma inesperada. Ao ouvir o que o comandante da Operação Prato tinha a contar, a descrição de seu encontro com um ET no Rio Guajará-Mirim, algo que era um dos objetivos daquela missão militar, Oliveira tomou um enorme susto. Pediu a seu comandado que voltasse no dia seguinte, quando receberia novas ordens. Quando voltou a ter com seu superior, Hollanda foi surpreendido com sua determinação para encerrar sumária e imediatamente as atividades. Certamente, Oliveira não decidiu isso sozinho, mas naturalmente após ter relatado os estarrecedores fatos aos seus pares, em especial, ao alto Comando da Aeronáutica.

Emergindo a conta-gotas

É sobre esta decisão que pairam as maiores dúvidas de toda esta história, e a Revista UFO está ainda mais persistente e determinada a esclarecer o que levou ao encerramento da Operação Prato tão prematuramente, se ela estava programada para durar muito mais tempo. E mais: por que isso se deu justamente quando seu objetivo máximo foi alcançado, ou seja, quando ocorreu um contato direto entre seus integrantes e as tais inteligências responsáveis pelo fenômeno, sem qualquer hostilidade e conseqüências para ambas as partes? Ao que tudo indica, tal fato colocou em alerta a cúpula da Aeronáutica, que optou pelo encerramento sumário das atividades, e assim foi feito. Hollanda recebeu a determinação de juntar seus homens em Colares e retirar-se de lá.

O militar recebeu ordens também para entregar ao seu superior toda a documentação obtida nos quatro meses de operações. Desta forma, fotos, filmes, relatos, mapas, croquis etc, tudo foi arquivado no I Comando Aéreo Regional (COMAR I) e uma parte foi posteriormente enviada ao Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), em Brasília, onde se encontra até hoje e de onde, desde o ano passado, começa a emergir a conta-gotas, por ação da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), através de seu movimento UFOs: Liberdade de Informação Já, resultando na liberação oficial de centenas de páginas de documentos ufológicos secretos. No entanto, tudo o que a Aeronáutica disponibilizou até agora não representa nem 20% de todo o material compilado pelos militares na selva, em termos de papéis e fotos. E simplesmente nenhuma das 16 horas de filmes até agora apareceu.

Este material foi entregue pelo Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica (Cendoc) à CBU e disponibilizado no Arquivo Nacional, em Brasília. Isso é um alento, mas também um incômodo para os ufólogos brasileiros, ou pelo menos para aqueles mais conscientes dos fatos, que sabem que, muito provavelmente, as poucas centenas de páginas e fotos liberadas até agora não passam da ponta do iceberg. Suspeita-se, com razão, que um volume imensamente maior, e certamente mais contundente, continua nas mãos da Força Aérea Brasileira (FAB), e isso não parece que virá à tona tão cedo. Que segredos inconfessáveis são estes, que fazem os já liberados parecerem brincadeira de criança?

À esta pergunta soma-se a mais inquietante de todas: por que o Comando da Aeronáutica decidiu encerrar a Operação Prato em seu auge? É absolutamente desrespeitoso com nossa inteligência que nos façam querer crer que, tendo como um de seus principais objetivos a tentativa de contato com tripulantes dos UFOs, a Operação Prato tenha sido encerrada justamente quando isto ocorreu! É simplesmente improvável que a missão militar que tinha a função de determinar a natureza das manifestações no Pará, além de estabelecer contato oficial com seus responsáveis, tenha sido cancelada justamente quando se constatou que a origem do fenômeno era extraterrestre – e embora fosse terrivelmente hostil com os moradores, nenhum dos mais de 30 homens que participaram daquela missão militar foi atacado uma só vez. Pelo contrário. “Parecia que os seres sabiam que estávamos ali por causa deles, e iam para onde quer que nos dirigíssemos, como se nos investigassem ao mesmo tempo que investigávamos eles”, disse o coronel Uyrangê Hollanda.

Enfim, é quase inocente acreditar que após ter documentado a atividade de forças alienígenas no país, nossos militares, tão ciosos de suas responsabilidades, a ponto de permanecerem mais de 30 anos calados quanto à Operação Prato, tenham preferido ignorar o fato e seguido adiante com suas rotinas. Não, certamente a operação não foi encerrada naquele dezembro de 1977, e muito provavelmente continuou a ser conduzida com recursos mais sofisticados e estratégias mais bem definidas, para que nossas autoridades pudessem avaliar a extensão exata da ação de extraterrestres em nosso território. Se é que o contato direto com eles, iniciado por Hollanda, também não continuou sob outro formato.

Recursos mais sofisticados

O desafio da Revista UFO, agora, é checar esta hipótese para comprová-la para toda a Ufologia Brasileira e Mundial, exatamente como fez nos anos 80, quando sustentava que a Operação Prato existia e a maioria de nossos ufólogos não levava isso a sério. Pois bem, sério mesmo é muito mais do que a operação produziu até ser encerrada. É o que veio a seguir, quando as atividades assumiram outro formato, Hollanda e seus homens foram sumariamente afastados – o que o levou a uma brutal depressão que resultou, logo após ter concedido entrevista à UFO, seu suicídio – e os contatos com as inteligências por traz do chupa-chupa foram não somente aumentados em número, como também em profundidade.

Seguindo esta intuição, este editor já colocou mecanismos em prática para responder às perguntas feitas alguns parágrafos acima. E dentro desta nova busca, já teve confirmação categórica, partindo de fonte que ainda terá que ser mantida anônima, mas é de enorme relevância no meio militar brasileiro, que aquilo que se supunha de fato ocorreu. E mais: não somente a Operação Prato recebeu outro formato, muito mais secreto e técnico, como passou, já com outro nome, a contar com a participação decisiva e intensa de militares norte-americanos. Se antes eles apenas sondavam e se mostravam curiosos com os resultados daquela missão militar até seu encerramento formal, depois passaram a dar as cartas na sua fase seguinte.

“Naquela época, os militares norte-americanos estavam por todos os lados. Estávamos em plena Ditadura e eles mandavam e desmandavam aqui”, revelou a mesma fonte, confirmando algo que todos já sabíamos sobre os tempos negros de exceção da liberdade em nosso país. Mas o que não sabíamos era até que ponto os estrangeiros tinham acesso ao que produzíamos aqui na área ufológica. “Sem os norte-americanos, nós não tínhamos sequer combustível e pneus para nossas aeronaves. Então, é claro que cedemos e demos a eles acesso completo a tudo o que se apurou sobre UFOs e ETs na Amazônia”, continuou nossa fonte. “E eles tomaram conta”, finalizou. É o que vamos ver.

FONTE DO TEXTO : conspiracaooculta.blogspot.com.br   


FONTE : DocOuttaLove




FONTE : MrDocsBr





TEXTO 02

FONTE : http://www.terra.com.br




A história oficial dos ÓVNIS no Brasil
Documentos da Aeronáutica revelam a missão especial que filmou e fotografou aparições de óvnis no País e mostram como funcionava o departamento criado pelos militares para investigar os relatos sobre discos voadores




ARQUIVO Foto e registro feitos pela equipe da Operação Prato no Pará, em 17 de dezembro de 1977, à 0h30: "Óvni mudava de cor"
Duas dezenas de oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) estiveram envolvidos em uma missão sigilosa no meio da selva amazônica, no Pará, 30 anos atrás. Denominada Operação Prato, ela é a mais impressionante investigação de óvnis (objetos voadores não identificados) realizada pela Aeronáutica que se conhece. É uma espécie de caso Roswell brasileiro, com missões secretas, histórias e fenômenos sem explicação. Enquanto em Roswell, marco da ufologia mundial, os militares americanos primeiro admitiram a existência dos óvnis e depois negaram, os relatórios da FAB não deixam dúvidas: os oficiais do I Comando Aéreo Regional (Comar), em Belém, designados para a operação, que ocorreu nos quatro últimos meses de 1977, afirmam ter presenciado - mais de uma vez - UFOs cruzando o céu da Amazônia.
Detalhes da Operação Prato estão em relatórios sigilosos que acabam de ser liberados pelo governo federal para consulta no Arquivo Nacional, em Brasília. Desde o ano passado, estão vindo a público documentos, alguns guardados há mais de 50 anos. Todos os arquivos secretos de UFO estão sob responsabilidade da Casa Civil desde 2005. Há 1.300 folhas de um total estimado em 25 quilos de material, com descrições, croquis e fotos de óvnis referentes a três lotes de informações da FAB. Os dois primeiros contêm relatos dos anos 50 e 60. O último, aberto em maio e do qual faz parte a Operação Prato, cobre a década seguinte. No próximo mês, será a vez do acervo dos anos 80. ISTOE recriou em desenhos histórias contidas nos documentos.
Os arquivos também mostram que a Aeronáutica teve um departamento específico de estudos sobre UFOs entre 1969 e 1972. O Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (Sioani) funcionava nas instalações do IV Comar, em São Paulo. Composto por pesquisadores civis e autoridades militares, o Sioani saía à procura de casos pelo País. O material liberado revela com detalhes a doutrina desse departamento - além de cerca de 70 casos apurados, todos retratados com desenhos feitos pelos militares.
Entre o material disponível, a Operação Prato é considerada a mais intrigante. Das cerca de duas mil páginas de relatórios, 500 fotografias e 16 horas de filmagem documentadas pelos militares do I Comar, de Belém, apenas 200 páginas e 100 fotos tornaram-se públicas. Há relatos de 130 avistamentos por militares e civis. A missão, liderada pelo capitão da Aeronáutica Uyrangê Hollanda, tinha como objetivo investigar as ocorrências provocadas por um fenômeno batizado de chupachupa, que começou a ser relatado em 1976 por moradores da região oeste do Maranhão e se espalhou por Colares, a 80 quilômetros da capital paraense, como uma epidemia.
No total, 400 pessoas teriam sido atingidas por luzes que, segundo os depoimentos, lhes sugavam o sangue. Em um dos documentos oficiais, a médica Wellaide Cecim, que tinha 24 anos na época e atendeu a maioria dos pacientes, diz que os feridos apresentavam "paresia (amortecimento parcial do corpo), cefaleia, tonturas, tremor generalizado e queimaduras de primeiro grau, bem como marcas de pequenas perfurações". Para desmistificar o fenômeno, o capitão Uyrangê, junto com sua equipe, foi designado para colher depoimentos durante o dia e ficar em vigília à noite munido de máquinas fotográficas Nikon, com teleobjetivas de 300 mm a 1000 mm, filmadoras e gravadores.

FOTOS: JOÉDSON ALVES/ISTOÉ; DIVULGAÇÃO. ILUSTRAÇÃO FERNANDO BRUM SOBRE FOTO DE FREDERIC JEAN

Acabou, porém, registrando e presenciando o que até então acreditava ser ficção científica. "Meu irmão viu várias naves", contou à ISTOÉ Uyranê Soares de Hollanda Lima, referindo- se ao chefe da Operação Prato, que morreu em 1997. Comissário de bordo aposentado, Uyranê lembra bem de uma ligação feita por Uyrangê, no auge das investigações. "Ele me disse: 'Hoje, um disco voador ficou a 50 metros da minha cabeça. Era do tamanho do (avião) DC-10 que você voa. Filmei e fotografei tudo.'" Para os ufólogos, o termo disco voador faz referência a objetos de vários formatos e cores que não são aviões, executam diversos tipos de manobras e aparecem em locais variados.
REVELAÇÃO Foram liberados três lotes sobre UFOs dos anos 50, 60 e 70. Em agosto, será a vez do material da década de 80
Há diversas ocorrências documentadas. A de número 16 da pasta Registro de Observações de Óvni, por exemplo, detalha um avistamento feito pelos militares, que escrevem sobre um "corpo luminoso, emitindo lampejos azulados de intensidade" de cor "amarela (âmbar ou quartzo-iodo)" que percorria uma "trajetória de curva à direita, descendente e ascendente" a uma velocidade estimada de 800 km/h. Ele foi presenciado em Colares, às 19h do dia 1º de nov embro de 1977, pela equipe do I Coma r : "Além da luminosidade, o óvni apresentava um pequeno semicírculo avermelhado na parte superior. Sentido de deslocamento sudoeste/ nordeste. Ausência de ruído ou deslocamento de ar." Entre as informações liberadas sobre a Operação Prato, não há registro de contatos com ETs, tampouco explicação para o fenômeno do chupa-chupa.
RETRATO 200 páginas e 100 fotos da Operação Prato tornaramse públicas: missão na selva amazônica
Os arquivos, agora públicos, trazem depoimentos de civis, trocas de correspondências entre militares sobre óvnis, recortes de jornais da época e várias conversas entre pilotos e controladores de voos sobre estranhos fenômenos no espaço aéreo nacional: "Sierra Bravo Juliete, solicitaremos que... se possível, nos fornecesse toda a performance desse objeto luminoso e faremos uma gravação de vídeo, positivo?", comunica a torre de controle de Brasília, como mostra um relatório, a uma aeronave, em 6 de dezembro de 1978. "Afirmativo, inclusive (a luminosidade) está agora a nossa direita, nos acompanhando, ela aumenta e diminui a intensidade... está... não é camada, não é nada... a gente vê que ela aumenta e diminui a intensidade", responde o piloto. Diante de fenômenos desconhecidos no céu, a FAB orienta os pilotos a preencher um formulário. Hoje, o sistema é informatizado, mas, até meados dos anos 70, o papel ficava em bases aéreas e aeroportos. Estima-se que só 10% dos pilotos façam isso.
No momento, apenas os relatórios de UFOs classificados como reservados e confidenciais da Aeronáutica tornaram- se públicos. Espera-se que o Exército e a Marinha façam o mesmo. São aguardadas, também, as páginas com os carimbos de secreto e ultrassecreto. Por lei, as que cumpriram 30 anos de ressalva deveriam ser públicas, mas na prática não é o que ocorre. "Não se quebra uma cultura de uma vez. E eu não sou a favor de divulgar documentos que ferem a privacidade das pessoas, induzem pânico à população ou colocam a segurança do País em risco", defende o brigadeiro José Carlos Pereira, ex-comandante de operações da FAB e ex-presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

ILUSTRAÇÃO FERNANDO BRUM SOBRE FOTO DE FREDERIC JEAN

Relatos de civis
Desenhos de militares na Operação Prato retratam objetos vistos por testemunhas
CAUDA COLORIDA
Corpo luminoso de 1,50 metro de cor amarelo-avermelhada, deslocando-se a baixa altura (5 a 10 m), de forma circular. O óvni tinha cauda multicolorida, não fazia ruído e emitiu um foco de luz azulado, segundo um morador do município de Vigia, no Pará, que o teria avistado em 16 de outubro de 1977
O RUÍDO DO ÓVNI
O objeto de cerca de 1,40 m teria aparecido em Santo Antônio do Tauá, no Pará, em setembro de 1977, às 22h. A pessoa que o teria avistado o descreve como tendo a forma de um prato invertido com um vértice acentuado vermelho na parte inferior. Diz ainda que ele acelerou até atingir uma grande velocidade e produzia um ruído sibilante
UFO PERFORMÁTICO
Com movimento ondulante, paradas e voltas rápidas em torno de um eixo, este óvni de forma ligeiramente cônica teria feito evoluções sobre a parte nordeste de Colares, no Pará, em 1977. A testemunha, que relatou ter observado o fenômeno às 18h30, teve a nítida impressão de o objeto ser de cor metálica

MÉTODO Além de relatórios (acima), o Sioani submetia a testemunha de um óvni a exames psicológicos
Hoje na reserva, o brigadeiro de 67 anos foi considerado por muitos anos o guardião da chave do cofre de segredos ufológicos brasileiros. Foi ele quem ordenou o recolhimento de todo material sigiloso produzido sobre o tema espalhado em bases aéreas e aeroportos do Brasil. A papelada foi levada para o Comando de Defesa Aeroespacial (Comdabra), em Brasília, onde ele exercia a função de comandante- geral, no início da década. Mas somente no ano passado os documentos começaram a chegar ao arquivo nacional.
Revirar os porões das Forças Armadas e revelar os segredos ufológicos é uma tendência verificada em outros países (leia quadro). "Com essa abertura, a Aeronáutica reconhece a necessidade de tratar o fenômeno UFO de maneira séria, deixando de lado o tom pejorativo e irreverente que quase sempre aparece quando se levanta a plausível hipótese de estarmos recebendo a visita de seres extraterrestres", diz Ademar José Gevaerd, 47 anos, coordenador da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), que elaborou uma campanha em prol da liberdade de informações sobre UFOs.
Hoje, a pessoa que quiser relatar a aparição de um óvni dificilmente encontrará eco na FAB. "A Aeronáutica não dispõe de estrutura especializada para realizar investigações científicas", informou a FAB à ISTOÉ. Porém, durante o funcionamento do Sioani, no IV Comar, toda testemunha era submetida a exames nos quais se avaliavam a presença de psicopatologia, o desvio de personalidade ou a tendência à mitomania. O Sioani procurava saber, ainda, a condição psicofísica da pessoa no momento da observação (em jejum, alimentado, com teor alcoólico, cansado, trabalhando ou distraído), se ela vivia tensões familiares ou políticas e qual religião seguia. O local da aparição do oani (objeto aéreo não identificado, como o óvni era chamado à época) também era esmiuçado: tipo de vegetação, umidade e temperatura aparecem citados nos relatórios.

ILUSTRAÇÃO FERNANDO BRUM SOBRE FOTO DE FREDERIC JEAN
"Admitir a 'possibilidade' de existência do oani é atitude científica... penetrar no âmago do fenômeno, investigando- o sob os aspectos psiquiátricos, psicológicos, sociológicos, astronômicos, meteorológicos, jurídicos, etc, constitui uma necessidade. Eis a posição em que se coloca o Ministério da Aeronáutica", diz um dos dois boletins produzidos pelo Sioani, que encerrou suas atividades supostamente porque pesquisar discos voadores não interessava mais aos militares, em meio à repressão no País.
Para os ufólogos, seria fundamental a liberação das filmagens feitas na selva amazônica para um estudo mais apurado dos fenômenos. No momento, nenhuma das 16 horas de filmagens feitas em super-16 mm estão disponíveis para consulta. Poucas pessoas fora do ambiente militar tiveram acesso a esse material. Pedagoga aposentada, em Belém, Nahima Lopes de Oliveira Gonçalves assistiu às gravações. Ela é filha do brigadeiro Protásio Lopes de Oliveira, que era comandante do I Comar, em 1977. "Papai chegava com os rolos de filmes e ia direto para a biblioteca", conta ela, hoje, com 60 anos. "Um dia, ele deixou a gente assisti-los. Dava para ver luzes se deslocando em todos os sentidos", completa, dizendo que seu pai, morto há seis anos, sempre acreditou em óvnis.
Astrônomo do Laboratório Nacional de Astrofísica, de Itajubá (MG), Carlos Alberto Torres afirma não fazer o menor sentido a iluminação em discos voadores. "Avião tem luzes para sinalizar para os outros", diz. Para o professor de astrofísica João Steiner, da Universidade de São Paulo (USP), as histórias de avistamentos de óvnis não passam de ocorrências naturais para as quais a ciência ainda não tem explicação. O brigadeiro Pereira endossa o ceticismo: "Os fenômenos ocorrem, são investigados, tiram-se fotos e 98% dos casos a ciência explica. Agora, para os 2%, eu pergunto: cadê o ET, o pedaço da nave capturada?"
Parentes e amigos do capitão Uyrangê, que esteve à frente da Operação Prato, contam que ele teve até um contato imediato de terceiro grau na margem do rio Guajará-Mirim, no Pará, em dezembro de 1977. Ele e mais um oficial, também já morto, teriam avistado uma nave de 100 m de comprimento, no formato de uma bola de futebol americano, pousar em pé na outra margem do rio. A cerca de 70 m do local, os militares teriam visto uma porta se abrir no alto do objeto e um ET descer e flutuar sobre as águas. Após ouvir o relato dessa experiência, o comandante Protásio teria ordenado o fim da Operação Prato. Nem o contato imediato e nem o epílogo da missão constam do acervo liberado pelo Arquivo Nacional. Se vierem a público, Roswell deverá ficar a anos-luz das nossas histórias de UFOs.



FONTE :Armando Monteiro


Operação Prato 35 anos - A vítima dos OVNIs (Doc: Armando Monteiro e Vitório Peret)











OPERAÇÃO PRATO 37 ANOS - NOVAS REVELAÇÕES 2014 - DOC DE ARMANDO MONTEIRO










Breves comentários de Vitorio Peret, sobre algumas curiosidades da Operação Prato quando em setembro de 1979 convidado pelo Gen Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa, foi apresentado ao Maj Uyrangê Hollanda e ao Sgt Met Flávio Costa, os dois expoentes da missão militar. Na ocasião durante uma reunião, foi possível ver inúmeras fotografias obtidas pelos militares e assistir a dois filmes que capturaram os estranhos movimentos de objetos espetacularmente luminosos submersíveis e voadores, na região da Baia do Sol na ilha de Mosqueiro, Ponta do Machadinho em Colares e município de Vigia de Nazaré-PA durante os últimos meses do ano de 1977.

FONTE : Armando Monteiro 


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AUTOR Daniel Baptista

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